Final de semana de pré-carnaval pelo Brasil e duas torcidas também resolveram antecipar sua folia. Contrariando as previsões, o Criciúma dirigiu-se à capital de Santa Catarina, não tomou conhecimento da vantagem do Figueirense e faturou o título do primeiro turno do estadual. Guilherme Macuglia mostrou que sabe armar o time também para vencer fora do Heriberto Hülse. Após uma belíssima cobrança de falta de Mika, o Tigre foi seguro na defesa, quase não teve sustos, gelou a torcida nas arquibancadas e mostra estar disposto a retomar a hegemonia regional.
Um tiro-livre também foi responsável por decidir a final da Taça Guanabara e o Flamengo fez valer a força de sua camisa perante ao bravo Boa Vista. Mesmo que ainda não tenha enchido os olhos do seu torcedor, Vanderlei Luxemburgo consolida o trabalho com vitórias e elas trazem segurança. Ronaldinho fez o que dele se espera, decidiu. Além do gol, o astro participou de boas jogadas, mostrou vontade e começa a justificar o esforço que a diretoria realizou para contratá-lo. Com sua popularidade, ainda faz a conquista do Rubro-Negro virar notícia mundial. O francês "L´Équipe" chamou a atenção para a comemoração, comparando-na ao carnaval carioca, mas confundiu a Taça Guanabara com o Campeonato Estadual do Rio. Tô visualizando o correspondente do jornal no Brasil tentando explicar pro editor:
- Então chefe, é como se existisse um campeonato só com os times da região da Ilha-de-França e o PSG tivesse ganho apenas o primeiro turno desse torneio. Agora que eles se garantiram na final de verdade.
Acho que a reportagem sairia da pauta.
Professores em Baixa
A área técnica dos estádios paulistas parece não estar fazendo bem aos seus habituais frequentadores. Após a eliminação vexatória na Libertadores e mesmo que demonstre recuperação, pode-se dizer que Tite não goza de total segurança a frente do Corinthians. Adilson Batista novamente afrontou tanto seus jogadores quanto suas características, demitido. Já no jogo que ineditamente seria melhor assistir no VT (tempestade, apagão), os treinadores deram um jeito de entregar o empate para o outro, se assim podemos dizer. Kléber, melhor jogador alvi-verde, saiu de campo esbravejando contra seu comandante. Falou que os pontas palmeirenses são obrigados a acompanhar os laterais e aos são-paulinos era permitida maior liberdade. Assim, na hora do ataque, os tricolores teriam facilidade em fazer a diagonal, "fatiar" foi o termo utilizado por ele. Reivindicou ainda a presença de outro atacante. Análise perfeita do Gladiador. Domínio e 1 a 0 São Paulo. No segundo tempo, Scolari ainda iria padecer da falta de uma qualidade que sempre marcou sua tragetória, coragem.
Após a infantil expulsão do zagueiro Alex Silva e ainda com a derrota, esperava-se que o treinador avançasse sua equipe e acuasse o adversário. Pois o que fez foi retirar zagueiro e volante amarelados e substituir por jogadores das mesmas características ainda inadvertidos. Queimou duas alterações e ainda perdeu a bola parada com Marcos Assunção. O Palmeiras pouco agrediu o rival e ainda se assustava com os velozes Fernandinho e Lucas. Não parecia ter condições de empatar. Até Carpeggiani resolver mudar a ordem do confronto. Inadmissível retirar ao mesmo tempo Lucas e Dagoberto, ainda mais quando quem entra são os vagarosos Rivaldo e Willian José. Perdeu o contra-ataque e a retenção de bola na frente. Antes, já havia substituido Fernandinho para recompor o trio defensivo. Conterrâneos, fez ele mesmo o trabalho que cabia a Luis Felipe, e na boa jogada iniciada por Valdívia, a igualdade.
A vida anda mesmo sem graça para os técnicos dos grandes paulistas. Não para nós expectadores. Impossível não se divertir ao presenciar uma boa partida de futebol e as cenas hilarias de natação proporcionadas por aqueles senhores providos de alto índice de massa corporal.