Disputa, entrega, carrinho, pressão, habilidade. Começa a ganhar corpo a Copa Libertadores 2011.Objeto de desejo e competição prioritária do calendário nacional, a LA11 deve ratificar a hegemonia do futebol brasileiro no continente. Após a inesperada eliminação do Corintnians logo na primeira fase e estréias sem brilho de Fluminense e Santos, nada digno de preocupação, os outros três times completam essa semana suas partidas de estréia. Favoritos ao título, torna-se pertinente fazer uma análise dos nossos clubes, virtudes, defeitos e quem larga na frente na conquista da bela taça que lhes exponho.
CRUZEIRO - O time mineiro surpreendentemente enfraqueceu o seu elenco em comparação à temporada anterior. A inexplicável venda de Jonathan para o Santos, além de reforçar, e que reforço, um adversário direto, abriu um vazio na lateral-direira. Cuca se viu obrigado a recuar o excelente Henrique para compor o quarteto defensivo. As vindas de André Dias e Leandro Guerreiro mão me parecem acrescentar muito. Alías, o time vem jogando apenas com o volante na frente da zaga, quatro meio-campistas de chegada e Wellington Paulista no ataque. No clássico local, mostrou-se frágil defensivamente. Com a estréia do zagueiro uruguaio Victorino, de ótima participação como lateral no Mundial 2010, o técnico pode restabelecer sua linha de volantes. Claro, Montillo é o diferencial e pode repetir o último torneio, quando carregou a Universidad de Chile às semi-finais.
FLUMINENSE - Um time forte, um bom elenco e um treinador experiente. O Tricolor das Laranjeiras, atual campeão brasileiro, entra forte pensando em igualar o ano de 2008. Tudo para ser considerado um dos favoritos, porém uma questão intrigante coloca em dúvida o sucesso do time. Atuando no 4-4-2 clássico com um quadrado no meio e fugindo das características dos times do técnico Muricy Ramalho, a equipe vem apresentando sérios problemas defensivos. Curioso, que o Flu teve a melhor defesa do último Brasileirão. Parece que Muricy sempre demora um pouco pra acertar seus times, o que pode explicar o fato de um técnico tão competente ainda não ter este título (aliás, competições do primeiro semestre não?). Somando-se a isso, o grupo dos cariocas é o mais disputado da competição, com os perigosos portenhos do Argentino Jrs, os raçudos uruguaios do Nacional e os habilidosos mexicanos do rico América. O empate em casa com os argentinos, deu uma mostra da pedreira que aguarda o tricolor. Se classificar, não deve ser com muitos pontos, o que indica pedreiras já no começo da fase eliminatória. Entretanto, uma boa campanha contra fortes equipes, pode embalar o clube e fazer com que a linda camiseta apresente uma estrela inédita no próximo ano.
GRÊMIO - Apoiado na mística da sua tradição copeira e na esperança do comando do seu maior ídolo, a torcida do imortal tricolor sonha em ver esta bela taça voltar para um lugar onde ela cai tão bem. Após um último semestre valioso no ano anterior, o Grêmio começa a temporada misturando momentos de esperança e preocupação. Com a perda e a não reposição de Jonas e Fábio Santos, a equipe perdeu um pouco da mecânica que tão certo deu no último ano. As jogadas pela esquerda, com a ultrapassagem do Lúcio, já não aconteçem com tanta frequência e naturalidade. O ataque perdeu demais em qualidade e a torcida torce para que Borges tenha a sequência que ainda não conseguiu. Porém o técnico Saint Renato Portaluppi já mostrou que tem muita capacidade de formar boas equipes, além de qualidade notória no comando do vetsiário e na motivação dos seus jogadores. O Tricolor dos Pampas sempre realiza boas campanhas, e com o apoio da sua fanática e enlouquecida torcida, pode pintar novamente a América de azul, preto e branco.
VERMELHINHOS - A macacada da Beira-Rio entra como detentora do título da Libertadores. Querem apagar o vexame contra o Mazembe Imortal conquistando o tri da América. Desde a saída de Sandro e Taison, o time perdeu encorpamente e velocidade de chegada ao ataque. Apresenta qualidade e capacidade para reter a bola, porém não consegue agredir o adversário. Celso #nuncamaisnomeutime Roth comprova a falta de habilidade em sustentar bons e longos trabalhos. Deu sorte em chegar no final da competição com o time precisando de apoio e rápida mobilização, aí sim sua especialidade. Claro, com o enriquecimento como instituição nos últimos anos, "eles" possuem um elenco superior. Kléber, Tinga, D´alessandro, Guiñazu, Leandro Damião formam um time competitivo. A chegada dos argentinos Cavenagui e Bolatti acrescenta e mostra poder aquisitivo. Tá, todo mundo sabe que os coloridos são fortes e podem, mas não vão, ganhar a competição, só que não to afim de ficar elogiando muito.
SANTOS - Seguindo fielmente a letra do seu hino, o Santos vem dando a bola no futebol brasileiro. Dirigido por um bom técnico, inteligente e com experiência vencedora na Libertadores como jogador, o time do Rei larga na frente em busca da glória. Adilson Batista possui jogadores versáteis e de qualidade técnica invejável e ele gosta de trabalhar assim. Neymar, Elano, Ganso são diferenciados. Arouca, , Léo, Jonathan, Possebon (que volante!), Diogo, possibilitam ao técnico formar o time de diferentes maneiras. Sem falar em Keyrrison, Maycon Leite, Zé Love, que se alternam na titularidade sem perda de efetividade. Curioso que justamente tal possibilidade de variação, pode ser a pedra no calcanhar do time. Adilson costuma dizer que gosta de armar seus times de acordo com o adversário e essa filosofia já fez com que ele tivesse fracasso em outros trabalhos. Temos aqui um exemplo recente, ontem contra o Deportivo Táchira na Venezuela, ele entrou com três volantes e Elano na armação, claramente não é assim que o Santos joga. Portanto se o técnico não quiser reeditar seu apelido de Professor Pardal e Pelé resolver se fazer ausente nos momentos importantes, o Santos finalmente pode reeditar noites de sonho na Vila Belmiro.
Façam suas apostas, acham que alguém pode tirar este título do Brasil? A Copa vai começar!